terça-feira, 16 de agosto de 2011

Não provoque!!

Outro dia meu companheiro Mr. XY veio com um papo duvidando da competência das mulheres que são chefes, daquelas que mandam, como se o único poder realmente inerente a elas fosse o que têm entre suas calcinhas, o dito por ele poder da calcinha. Neguei-me a responder, pedí até ajuda para algumas mulheres, que ficaram indignadas com tamanho machismo mas também se calaram.
Acho que também fizemos isso na vida, aguentamos caladas por um bom tempo, algumas de nós até fizeram mais barulho, mas o que melhor fizemos foi mostrar nossa capacidade na prática, na vida.
Ser subjulgada tem suas vantagens, buscamos uma força que nem sabemos que temos para provar do que somos capazes, e fomos à luta, não só queimando sutiãs mas mostrando para nossa sociedade retrógrada e machista que mulheres são muito mais produtivas e criativas do que os homens.E é claro que isso causaria medo, horror eu diria.
Só me pergunto às vezes o que é escolha própria da mulher e o que é imposto por esta nova organização, criada e desejada por nós. Estamos mesmo satisfeitas em termos menos filhos? Ou até não tê-los? Até que ponto a escolha de deixamos nossas emoções e sentimentos de lado e optarmos pela carreira é legítima? Concordo que muitas de nós administram sim seus lares como se fossem uma empresa, na busca cruel de mostrar nosso poder, muitas vezes perdemos a mão, nos tornamos mais frias, menos humanas, menos mães e mais homens. Não gostaria de vêr daqui umas décadas mulheres também infelizes e deprimidas por terem feito escolhas erradas, ou pior, nem terem feito uma escolha, terem sido apenas levadas pelas pressões da sociedade. Imagina reviver toda saga de nossas avós e mães, agora por motivos antagônicos.
Mas tudo no universo é assim, até que encontre seu ponto de equilíbrio e acredito estamos o buscando e muitas o achando.
Fica a dica para a mulherada inteligente de plantão, vamos avaliar o que realmente nos dá prazer, o que de fato é a nossa essência, vamos encarar os desafios com mais leveza,sabemos do que somos capazes. Não  nos tornemos escravas de um padrão, tenhamos liberdade de escolha e respeito pelas semelhantes que optarem por outros caminhos. Acho que vale a reflexão.
E como diria minha amada Rita Lee: " Por isso não provoque, é cor de rosa choque" 


5 comentários:

  1. Fui a minha cidade nesse fds e escutei de uma amiga grávida que iria sair do emprego para se dedicar totalmente ao filho que viria! Achei o máximo! Achei humano...

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  2. É isso aí Cristiane, é disso que estou falando, coitada da sua amiga deve estar sendo criticada de todas as formas, e não estou aqui dizendo que ela está certa ou errada, o fato é respeitar e apoiar a escolha, que deve ser dela.

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  3. Toda escolha tem perdas e ganhos, não tem como só ganhos. Fiquei 6 anos sem trabalhar por conta dos filhos, fiquei alguns anos me torturando se tinha sido a melhor escolha. Hoje a lembrança dos biscoitos feitos na cozinha, nos papos de volta da escola, das brigas pelas artes me dizem que dei o tempo certo. No sábado, 3 dos meus 4 filhos, voltaram de uma viagem de mochilão mais unidos e cheios de histórias pra contar, na faculdade ou já saindo dela, com as dúvidas que são deles e as vezes compartilhadas comigo. Mais que mãe coruja, tive a OPORTUNIDADE de poder escolher e ser mãe presente.

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  4. Pois é... Somos dúvidas e certezas!
    Escolher sempre fez parte do dia a dia de nós mulheres, ser dura ou firme, ser delicada ou mimada, casar e ter filhos, casar e não ter filhos, solteira com filho ou solteira com filhos... isso e mais mil e uma escolha, mas a única escolha que não devemos abrir mão é a de ser "Feliz" ou estar Feliz, e lembro mais uma das canções cantada pela Rita Lee. (Todas as mulheres do mundo)
    "Toda mulher quer ser amada
    Toda mulher quer ser feliz
    Toda mulher se faz de coitada
    Toda mulher é meio Leila Diniz"
    Gisela Assunção

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  5. Então...eu escolhi não me casar e não ter filhos. Sempre falamos sobre isso, ontem mesmo foi um desses dias. Vivo muito feliz com minha escolha, porque nunca pensei seriamente em filhos. Adoro crianças, trabalho com elas até hj, mas sempre me vi nessa posição: estar com outros filhos que não os meus. Mas muito serenamente. Claro que depois dos 40 vc repensa tudo na vida, mas o repensar faz parte de ver o que se perdeu e o que se ganhou. Toda escolha tem perdas e ganhos, resta saber se aceitamos o perder e sabemos fazê-lo. Sou chefe de 20 pessoas, dentre elas até mesmo meu atual Mr XY. Sem neuras, sem problemas. Mas eu sou assim, estou em paz comigo mesma e com minha condição de mulher.

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